Os desenvolvedores de AV integram o clima para segurança, redirecionamento

Se você já viu um caminhão pesado autônomo – ou mesmo um sedã autônomo – na estrada, eles parecem um pouco diferentes, fortemente enfeitados com sensores na frente, na parte superior e nas laterais dos veículos.

A empresa de caminhões autônomos Kodiak Robotics opera caminhões autônomos 24 horas por dia, 7 dias por semana, em todo o sul dos Estados Unidos. Andreas Wendel, diretor de tecnologia da Kodiak, disse que uma suposição comum é que sempre faz sol no Sunbelt onde a Kodiak opera, e um equívoco comum é que precisa estar ensolarado – ou pelo menos tempo claro – para operar um AV. Ambas são falsas, e a Kodiak projetou seu sistema para lidar com todas as circunstâncias, desde pedestres e construções até condições climáticas. E muitos desses instrumentos de aparência estranha em um AV estão relacionados ao clima.

Um em cada cinco acidentes com veículos nos EUA ocorre em condições climáticas adversas e, de acordo com a Federal Motor Carrier Safety Administration, questões climáticas ou ambientais causam 3% dos acidentes com caminhões de grande porte nos Estados Unidos. Muitas empresas de transporte rodoviário começaram a integrar dados meteorológicos em suas plataformas para ajudar a prevenir acidentes, bem como redirecionar cargas conduzidas por seres humanos para mantê-las em movimento. Os desenvolvedores de antivírus começaram a fazer o mesmo, mas ainda existem alguns pontos cegos a serem considerados.

Wendel disse que Kodiak tem uma abordagem em camadas para lidar com o clima. A primeira linha de defesa é a previsão. Mas há um elemento humano no qual os desenvolvedores de AV ainda estão trabalhando: as condições das estradas resultantes do clima. A Kodiak utiliza câmeras para avaliar as condições da estrada e também tem uma parceria com a Bridgestone na qual a empresa utiliza o sistema de sensores de pneus da Bridgestone para determinar as condições da estrada.

“As previsões meteorológicas são muito boas, mas não são perfeitas, então você também deseja monitorar o que acontece na estrada”, disse Wendel.

Outro problema é a previsibilidade. Como disse Wendel, as previsões não são perfeitas. O tempo muda o tempo todo. Portanto, embora uma empresa de caminhões autônomos possa colocar um caminhão na estrada que possa compartilhar dados meteorológicos e das condições da estrada com os caminhões que vêm atrás dele, de onde o primeiro caminhão do dia obtém informações meteorológicas?

Saber o que está por vir é muito importante, disse Scott Mackaro, chefe de insights e inovação da Vaisala, uma empresa que fornece dados meteorológicos rodoviários para a indústria automobilística. A Vaisala, que trabalha com a empresa de tecnologia de condução autônoma Waymo, deseja melhorar os dados meteorológicos e das condições das estradas instalando sensores nas estradas.

“Waymo tem carros por toda São Francisco. Se houver um carro à sua frente a oitocentos metros, bem, você sabe como está o tempo a oitocentos metros daqui”, disse Mackaro. “Mas para os caminhões, é um problema totalmente diferente porque você pode estar separado por 80 ou 160 quilômetros. Pode haver quatro tempestades no meio.

“Nosso argumento é que deveríamos colocar sensores nas estradas, algo que a Viasala faz em todos os estados de inverno. Temos uma proposta em que dizemos: 'Podemos colocar sensores a cada 10 quilômetros entre Houston e Dallas; é um grande corredor onde (Waymo) está fazendo muitos testes”, acrescentou. “Então, quando você integra isso em um modelo, temos uma cobertura realmente boa e capacidade preditiva do que está acontecendo.”

Um exemplo é o gelo. O tempo está bom agora, mas talvez tenha chovido mais cedo e a água na estrada tenha congelado desde então.

“É por isso que não lidamos apenas com o clima; também temos modelos de estradas, porque pode haver atraso”, disse Mackaro. “O carro está circulando na estrada, não na atmosfera. Então é realmente o impacto da atmosfera na estrada. E às vezes há um lapso de tempo aí. E você simplesmente não quer estar em um veículo autônomo de repente dizendo: 'Oh, ei, estou no gelo.' Isso não é realmente útil.”

Wendel disse que as condições de neve e gelo ainda são um desafio tanto para os motoristas humanos quanto para os veículos autônomos. A primeira reação de Kodiak às condições climáticas como chuva, neblina, fumaça, areia e vento é desacelerar, mas a neve e o gelo desligarão o caminhão bem rápido. Portanto, Kodiak também usa integração climática para redirecionamento.